Luminárias guarda em seu surgimento algo dos mistérios que inspiram e enriquecem o destino de todos os que aí nasceram ou passaram a viver…
O povoado surgiu sob a presença de luzes ainda inexplicáveis que com a bênção de Deus, marcaram o território para que muitas famílias e muitos corações pudessem encontrar tranquilidade, sobrevivência, trabalho
digno, aprendizados e, naturalmente, muito amor nas relações amigas e familiares. A cidade, que não ultrapassa os seis mil habitantes, recebeu há muitos anos, visitantes ilustres, desbravadores, e é um lugar aprazível e promissor, graças ao seu povo, sempre amigo e generoso, dedicado ao bem, à fé, ao trabalho que garante o progresso da comunidade.
Este livro, que resume os documentos existentes sobre a história do município, com depoimentos e notas sempre importantes, tem a missão de imortalizar o início, as conquistas e os sonhos dos luminarenses, da formosa cidade que seus habitantes vem construindo no tempo.

Autor : Antônio Vítor Gouveia Júnior

Vicente Mesquita

Bancário, Professor e poeta…

Filho de José Ferreira Mesquita e D. Maria Porcina Mesquita, nasceu em LUMINÁRlAS-MG, no dia 29 de Maio de 1918, na antiga casa da Família localizada atrás da Igreja Velha, onde Luminárias começou.

Fez o curso primário na Escola Pública, tendo sido seu mestre o renomado PROFESSOR ANTÔNIO ROMUALDO FÁBREGAS.

Em 1931, foi estudar em Congonhas do Campo, MG, na Escola Apostólica São Clemente Maria Juvenato ou seminário menor dos Padres Missionários Redentoristas. e lá sempre se distinguiu brilhantemente como primeiro aluno.

Em 1936, deixou o seminário e foi residir na cidade de Oliveira, MG, com seu irmão mais velho, Dr. Rafael Mesquita, medico do Hospital Psiquiátrico daquela cidade. Ali, se inscreveu no concurso para. ingresso no Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais. Fez o concurso em Belo Horizonte em dezembro de 1936 e, em março de 1937, foi convocado para trabalhar na agência de Anápolis, Estado de Goiás.

  • Em 1939, casou-se na cidade de Trindade, em Goiás, com Da. Maria Silva, filha de ilustre família daquela cidade. Em trabalhou no Banco até 1943. Naquela cidade, além de bancário, foi dos primeiros professores dos  Estabelecimentos de Ensino: Ginásio Municipal Salesiano e Colégio Couto Magalhães.

Em 1943, deixou o Banco, quando foi nomeado professor do Liceu de Goiás, em Goiânia. Mudou-se de Anápolis para aquela. Capital, onde passou a residir definitivamente.

Em Goiânia foi professor no Liceu, Escola Técnica Federal, Colégio Santo Agostinho, Ateneu Dom Bosco, Escola Técnica de Comercio da Associação Comercial. Escola. de Agrimensura, Instituto Brasil Estados Unidos e Faculdade de Filosofia.

Como Professor, além de vários cursos de aperfeiçoamento, submeteu-se ao rigoroso exame de inglês da UNIVERSITY OF MICHIGAN que Lhe conferiu o CERTIFICATE OF PROFICIENCY IN ENGLISH, equivalente ao curso superior de Inglês das faculdades brasileiras.

Em Maio de 1990, foi agraciado com o TITULO Honorífico DE BENFEITOR da Congregação das lrmãs Agostinianas Missionarias, fazendo-o participante de todos os bens espirituais daquela Família Religiosa

Ap6s 35 anos dedicados a juventude de nossa pátria, aposentou-se com a

consciência do dever cumprido.

Desde seus primeiros anos de estudos ja amava a POESIA e em seus momentos de reflexão escrevia, inspirado, belos versos e sonetos dedicados, ora a natureza que ele amava, especialmente a de Luminárias> ora as pessoas de sua família, seus amigos a quern sempre dedicou profunda e sincera amizade.

Profundamente humano e sensível, aliado a profissão que tanto amava, SER PROFESSOR, especialmente da nossa Língua. deixou um valioso acervo. verdadeiras perolas de nossa e como dominava fluentemente a Língua Latina, escreveu também versos em Latim. Muita coisa se perdeu. E o que conseguimos ter em mãos, com carinho, compilamos e reunimos num só opúsculo com a intenção de repassar a todos, especialmente aos Luminarenses, seus conterrâneos, para nos tão grande preciosidade, de valor inestimável, exemplo para a posteridade de nossa terra, a terra que ele tanto amava.

Ao meu grande amigo, ao “teimoso apaixonado” de Luminárias, uma homenagem de seu admirador.

Homenagem feita pelo Pe. Waldyr Henrique Mancini na Festa da Padroeira N.S. do Carmo em 1995.